Quem diria que Lisboa tinha “um dos mais preciosos e bem conservados palácios seiscentistas portugueses”? O Palácio Fronteira é, de facto, um dos segredos de Lisboa mais bem guardados.
Para os amantes de palácios, a par do Palácio da Ajuda, este é um dos sítios a não perder na capital. Tardei a ter oportunidade de o conhecer, mas num belo dia de Fevereiro apanhei um autocarro e dirigi-me para os lados de São Domingo de Benfica. O palácio também não fica longe do Parque Florestal de Monsanto. Julgava que chegar até lá fosse mais difícil, mas é bastante fácil.
Como não é permitido tirar fotos no interior do palácio, aqui, apenas encontrarão fotos dos seus jardins. Para terem a oportunidade de ver o interior terão mesmo de fazer uma visita.
História e Curiosidades
Primeiramente, o Palácio foi construído como pavilhão de caça e casa de campo para D. João Mascarenhas, o 1º Marquês de Fronteira. A sua inauguração aconteceu por volta de 1675.
Com o devastador terramoto de 1755, a residência oficial da família no Chiado ficou arrasada. Este palácio, graças à sua localização fora do epicentro da cidade, sobreviveu sem grandes danos. Assim, a família dos Marqueses de Fronteira mudou-se para aqui e uma nova ala foi mandada construir.
De todas as salas do interior do palácio uma das minhas favoritas foi a Sala das Batalhas, onde estão retratatos 8 episódios das guerras da Restauração. Sabiam que foi graças à participação activa de D. João Mascarenhas nas guerras com Espanha, que ele foi distinguido com o título de Marquês de Fronteira?
Há já 13 gerações que esta propriedade continua na Família dos Marqueses de Fronteira. Para além de ser um bonito palácio para visitar, continua também a ser a residência da família. Foi em 1989, que o 12º Marquês de Fronteira- D. Fernando José Fernandes Costa Mascarenhas, criou a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna. O actual representante das Casas de Fronteira é Dom José Maria Pinto Basto Mascarenhas, 13º Marquês de Fronteira.
Os charmosos jardins foram criados à imagem dos jardins italianos. A beleza dos mesmos não passou despercebida no panorama internacional. Este jardim foi um dos escolhidos para figurar na lista dos 250 melhores, no prestiagido livro The Gardener”s Garden .

Palácio dos Marqueses de Fronteira
No terraço podemos encontrar painéis a representar as 7 artes liberais que se fazem acompanhar de divindades gregas.
Ao fundo do terraço, encontra-se a capela que está decorada com embrechados. Existe uma lenda engraçada sobre essa mesma decoração.
Reza a lenda que o 1º Marquês de Fronteira convidou o Rei D. Pedro para a inauguração do palácio. Nesse tempo, havia a superstição de que tudo o que o rei tocasse não mais poderia ser usado. Assim, depois do jantar com o rei quebraram-se todos os pratos e os seus cacos foram utilizados para fazer a decoração de embrechados.

Terraço

Embrechados
Para além de grande parte dos jardins serem de influência italiana, existe também uma parte com influência árabe.

Influência árabe
Como chegar?
Apanhar o metro até à estação do Jardim Zoológico (também conhecida como Sete Rios), na linha azul. Dirigirem-se até perto do Jardim Zoológico e procurar a paragem do autocarro da carris 770. Depois, só precisam de apanhar esse mesmo autocarro e sair na paragem com o mesmo nome do Palácio – a paragem ” Palácio Marquês Fronteira”
Horário
Palácio
Não há visitas aos Domingos e Feriados.
Palácio: O interior do Palácio só é visitável de manhã. Todas as visitas ao interior do Palácio são guiadas.
Junho a Setembro: 2ª a Sábado às 10h30; às 11h00; às 11h30 e às 12h00.
Outubro a Maio: 2ª a Sábado às 11h00 e às 12h00.
Jardins
Junho a Setembro: 2ª a 6ª entre às 10h30 e as 13h00 e entre as 14h00 e às 17h00 e aos Sábados entre as 10h30 e as 13h00.
Outubro a Maio: 2ª a 6ª entre as 11h00 e as 13h00 e entre as 14h00 e as 17h00 e aos Sábados entre as 11h00 e as 13h00.
Esta informação foi retirada do site da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.
Preço dos bilhetes
Bilhete jardins + visita guiada ao interior: 9€
Bilhete jardins: 4€
Mais informação
Para os mais curiosos e amantes de história, podem ver este documentário do Arquivo da RTP sobre o Palácio. Podem clicar aqui para ver.
Existe um documentário interessante, também no arquivo da RTP, sobre Fernando de Mascarenhas, o 12º Marquês de Fronteira, intelectual e opositor ao regime de Salazar. Podem vê-lo aqui.
A informação para fazer este texto resultou da memória da nossa visita guiada e também da consulta de alguns arquivos e notícias. Podem consultá-los aqui e aqui.